PR espera "evolução
postiva" no sentido da
paz e
estabilização em São
Tomé e Príncipe

29.11.2022 - O
Presidente da República,
Marcelo Rebelo de Sousa,
manifestou hoje
preocupação face à
tentativa de golpe de
Estado que aconteceu em
São Tomé e Príncipe,
mostrando-se esperançado
numa "evolução positiva"
no sentido da paz.
"O Governo português já
disse e eu acompanho,
que é, de que acompanha
com atenção aquilo que
se passou no país irmão
de São Tomé e Príncipe e
que Portugal está sempre
preocupado com tudo o
que envolva, sobretudo
poucos meses volvidos
sobre a eleição, que
diga respeito à
estabilidade, à
homogeneidade, à coesão
e à paz em países que
são membros da CPLP
[Comunidade dos Países
de Língua Portuguesa],
afirmou o chefe de
Estado.
O Presidente da
República respondia aos
jornalistas, após
discursar na abertura da
3.ª Unique Summit, que
decorre em Braga, quando
questionado sobre a
tentativa de golpe de
Estado levada a cabo na
madrugada de
sexta-feira, quando
quatro homens atacaram o
quartel das Forças
Armadas, na capital
são-tomense.
"Portugal acompanha isso
com preocupação, como é
natural, esperando que a
evolução seja positiva,
quer no sentido da paz,
do não derramamento de
sangue, quer no sentido
da estabilização da vida
política daquele país
irmão", sublinhou
Marcelo Rebelo de Sousa.
Na madrugada de
sexta-feira, quatro
homens atacaram o
quartel das Forças
Armadas, na capital
são-tomense, num assalto
que se prolongou por
quase seis horas, com
intensas trocas de tiros
e explosões, e em que
fizeram refém o oficial
de dia, que ficou ferido
com gravidade devido a
agressões.
O ataque foi
neutralizado pelas 06:00
locais (mesma hora em
Lisboa) desse dia, com a
detenção dos quatro
assaltantes e de alguns
militares suspeitos de
envolvimento na ação.
Foram também detidos
pelos militares o antigo
presidente da Assembleia
Nacional Delfim Neves
(que concluiu igualmente
o mandato este mês) e
Arlécio Costa, antigo
oficial do `batalhão
Búfalo` que foi
condenado em 2009 por
uma tentativa de golpe
de Estado, alegadamente
identificados pelos
atacantes como
mandantes.
Dos quatro atacantes,
três morreram, bem como
o suspeito Arlécio
Costa. No domingo, o
Presidente da República
de São Tomé e Príncipe
pediu um inquérito para
esclarecer o ataque,
considerando que se
tratou de "uma tentativa
de golpe de Estado" por
quem não aceita
resultados das eleições.
"A dimensão do ato não é
completamente conhecida.
Faço um apelo a todas as
instituições para que se
proceda à investigação,
que se proceda aos
inquéritos necessários
para que a justiça seja
feita, para que se
encontre todas as razões
e mutuações do ato.
Precisamos de conhecer,
porque dúvidas não há -
aquilo que hoje sei e
tenho informação [é que]
foi claramente uma
tentativa de golpe de
Estado contra as
instituições e seus
dirigentes", disse
Carlos Vila Nova.
As declarações do chefe
de Estado foram feitas
após a reunião do
Conselho Superior de
Defesa Nacional de São
Tomé e Príncipe, que foi
convocado com caráter de
urgência para analisar
os acontecimentos em 25
de novembro, quando foi
atacado o quartel das
Forças Armadas do país.