Cabo Verde vai criar
casa de amizade em São
Tomé para
preservar histórias dos
arquipélagos

30-10-2023 -
O Governo de Cabo Verde
vai criar uma “casa de
amizade” em São Tomé e
Príncipe para preservar
e promover a história e
a cultura dos dois
arquipélagos, disse o
ministro cabo-verdiano
do Estado, Família,
Solidariedade e Inclusão
Social.
“São Tomé
e Cabo Verde têm uma
relação tão próxima, tão
entrelaçada, (…) e não
existe aqui uma casa que
representa esta amizade,
que representa os dois
povos”, disse Fernando
Elísio Freire à Lusa, no
final de uma visita de
cinco dias a São Tomé e
Príncipe.
Segundo o
governante
cabo-verdiano, há um
acordo e vontade entre
os primeiro-ministros de
São Tomé e Príncipe e de
Cabo Verde,
respetivamente, Patrice
Trovoada e Ulisses
Correia e Silva, para a
materialização deste
projeto, ainda este ano,
para contar a “história
de como os
cabo-verdianos aqui
chegaram, o que fizeram”
e o impacto que tiveram
em São Tomé, bem como
dos são-tomense em Cabo
Verde desde o período
antes da independência.
“Este projeto já está
avançado.
Neste
momento, São Tomé ficou
de nos disponibilizar o
espaço para podermos
equipar e fazer todo o
acervo histórico daquilo
que aconteceu. Tem que
haver uma colaboração
dos dois Estados e de um
terceiro Estado que é
Portugal para podermos
explicar bem essa
história”, sublinhou
Fernando Elísio Freire.
Na última
semana, o ministro do
Estado, Família,
Solidariedade e Inclusão
Social de Cabo Verde
esteve em São Tomé em
contactos com as
autoridades locais e com
as comunidades
cabo-verdianas, e disse
ter ficado impressionado
com a forma como a
cultura de Cabo Verde é
preservada e vivida
pelas comunidades.
“Esses
dias todos em São Tomé
só falei crioulo com a
nossa comunidade, dancei
as músicas da nossa
terra, o que é
demonstração clara de
que, passados quase 70
anos já, ainda Cabo
Verde é presente, é
vivo, dentro de cada
cidadão de origem
cabo-verdiana. Isso é
extraordinário, eles são
neste momento os maiores
embaixadores que temos
um pouco por todo mundo,
mas especificamente aqui
em São Tomé”, disse
Elísio Freire.
“É um
trabalho extraordinário
de geração em geração e
isto é que mais me
marcou, a forma como
Cabo Verde continua
extremamente vivo dentro
da sociedade
são-tomense, e isso é
motivo de orgulho para
nós”, acrescentou o
governante
cabo-verdiano.
O
ministro reafirmou a
intenção de Cabo Verde
em acelerar e alargar o
número de pensionistas
em São Tomé e Príncipe,
mas assegurou que não
haverá aumento no valor
nos próximo anos. “Tem
um custo global de cerca
de 600 mil euros por
ano, só em São Tomé,
para atribuirmos pensão
a 1.150 cidadãos de
origem cabo-verdiana […]
Nós sabemos que as
pessoas precisam de
rendimento, educação,
saúde, formação,
habitação, eletricidade
água e saneamento. Tendo
isso, conseguem
ascender” sublinhou.
Lusa